Construir colaborativamente marcos e princípios norteadores de um modelo de cooperação internacional na área educacional para a Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP), baseado no diálogo, no respeito e na promoção da autonomia dos países envolvidos. Este era o objetivo dos representantes de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, reunidos no Seminário Educação e Cooperação Solidária Sul-Sul, realizado no dia 17 de julho em Luanda, Angola, e na V Oficina sobre Educação e Formação de Jovens e Adultos e Cooperação Sul-Sul, que ocorreu também em Luanda entre os dias 18 e 20 de julho.
A V Oficina é uma realização do Centro de Referência em Educação de Jovens e Adultos e Cooperação Sul-Sul (ECOSS), programa coordenado pela Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afrobrasileira (Unilab), com participação da Ong Ação Educativa. A rede foi criada com o intuito de apoiar os países lusófonos no cumprimento de metas nacionais e compromissos internacionais, além de ampliar e fomentar comunidades de aprendizagem e de alargamento cultural do grupo de países.
Durante o seminário, representantes do Programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Ação Educativa participaram de debates ao lado de representantes angolanos da Rede Educação Para Todos (Rede EPT), da Unesco, do Conselho Nacional de Juventude e do Sindicato de Professores para refletirem acerca de seus respectivos cenários políticos e prioridades de atuação na defesa do direito à educação de pessoas jovens e adultas.
“Nós, os angolanos, recebemos com bom agrado as iniciativas do Brasil nesta intervenção internacional Sul-Sul, mas preocupa-nos muito a falta de inclusão de Portugal”, assim abriu a rodada de debates Eugênio, do Sindicato de Professores de Angola, ressaltando a ausência de representação deste país justamente em ações de estreitamento dos laços entre a CPLP, já sentida inclusive quando da realização de encontros promovido em 2011 pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação.
Já Nelson Paulo, da Rede EPT, questionou os limites das possibilidades de ação da sociedade civil angolana no campo educacional. “Uma das limitações que temos para fazer esse debate objetivo [sobre educação] é o papel de nossa universidade. Nós entendemos que existe uma dissociação muito grande entre ensino e pesquisa; e extensão universitária nós nos atrevemos a dizer que não existe ainda na nossa realidade. É assim com essas limitações que podemos fazer qualquer abordagem de educação de jovens e adultos”, destacou ele.
Fonte: http://migre.me/l1pO8, 23 de julho de 2012.
Ver Todas