De Ação Educativa |
Durante a V Oficina sobre Educação e Formação de Jovens e Adultos e Cooperação Sul-Sul, que ocorreu em Luanda entre os dias 18 e 20 de julho, os principais debates giraram em torno da implementação do Marco de Ação de Belém, fruto da VI Conferência Internacional de Jovens e Adultos (CONFINTEA), realizada em Belém em 2009. Por isso, muitas das mesas trataram de questões como a alfabetização de jovens e adultos em língua portuguesa, que, em muitos países, não é a língua materna.
“Como ser alfabetizado em uma língua que não se fala?”, questionou uma técnica da Direção Nacional de Educação de Adultos do Ministério da Educação de Angola, para quem as línguas nacionais representam um grande desafio também para a educação de pessoas jovens e adultas em países como Angola.
“As dificuldades não são poucas no que se refere a este aspecto, se considerarmos que estamos fazendo referência à presença de muitas línguas diferentes em cada país e que elas ainda apresentam variações locais”, afirma Roberto Catelli, coordenador do programa de Educação de Jovens e Adultos da Ação Educativa, presente no encontro.
O representante do Ministério da Educação de Moçambique (MINED), Fernando Tambe, fez referência às dificuldades financeiras em criar programas e materiais didáticos em várias línguas. Há consenso sobre o direito e necessidade de realizar a alfabetização nas línguas locais. Entretanto, muitos jovens desejam também ser alfabetizados na língua portuguesa, pois esta é a língua exigida pelo mercado de trabalho, afirmou.
Ao longo das atividades da V Oficina, muitas experiências foram compartilhadas entre representantes dos governos e da sociedade civil dos países presentes. Foram apresentadas e debatidas diversas iniciativas-piloto e políticas dos diversos países para garantir o direito à educação ao longo da vida, com vistas à cooperação na área educacional e cultural.
Fonte: <http://migre.me/nd089>, em 23 de julho de 2012.
Ver Todas