A ideia inicial de criação do Circuito Intercultural de Vivências em Educação de Jovens e Adultos (CIVEJA) surgiu durante os preparativos e a realização da III Reunião Técnica Internacional, liderada pelo Centro de Referência em Educação de Jovens e Adultos e Cooperação Sul-Sul (ECOSS), no Campus da Liberdade, sede da Unilab, em Redenção, em maio de 2013. A concepção do Circuito foi consolidada ainda na oficina com o Programa de Cooperação Sul-Sul com Países Lusófonos (PCSS-Lusófonos), parceria entre a Campanha Brasileira e a Open Society Foundations (OSF), realizada de 27 a 29 de maio de 2013. Foram mobilizados para ambas as iniciativas representantes dos Ministérios da Educação de países parceiros do ECOSS e a sociedade civil.
A troca de saberes estimulada pelas iniciativas promoveu a efervescência de uma dinâmica de intercâmbio em Educação de Jovens e Adultos (EJA), no Maciço de Baturité. Como resultado do intenso ritmo das atividades e do ânimo dos pesquisadores, o CIVEJA emerge com a missão de formar-se como circuito para a troca de experiências e vivências em EJA.
É com esse espírito que, no período das atividades da III Reunião Técnica e da Oficina, o então diretor da Direção Geral de Educação e Formação de Adultos (DGEFA) do Ministério da Educação de Cabo Verde, Florenço Varela, e a titular da Diretoria de Educação de Jovens e Adultos (DEJA), do Ministério de Educação de São Tomé e Príncipe, Helena Bonfin, visitaram a Escola Kanindé, em Aratuba, no Ceará. Florenço Varela visitou ainda a Comunidade Quilombola da Serra do Evaristo e participou de atividade de discussão de pesquisa sobre EJA, em Baturité, realizada pelo ECOSS e pelo Núcleo de Referência em Educação de Jovens e Adultos, História e Memória do Ceará (NEJAHM – UFC).
Em junho de 2013, o CIVEJA foi selecionado pelo edital do Programa de Bolsas de Extensão e Assuntos Comunitários (Pibeac). A iniciativa é então institucionalizada como projeto de extensão, que se desenvolve em três dimensões: Formação, Comunicação e Mobilização.
Na Formação, usa-se a metodologia de Círculos de Cultura, inspirada na obra de Paulo Freire, em que encontros entre sujeitos educativos, em múltiplos espaços, visam a formação para o pleno exercício da cidadania.
Na Comunicação, é realizada exposição do conhecimento apreendido nas Missões Internacionais do ECOSS e dos registros fotográficos da EJA, no Maciço de Baturité.
Na Mobilização, busca-se envolver a comunidade educacional e a sociedade civil engajada com a EJA, para promover debates e eventos aluvisos a importantes datas do contexto educativo africano e brasileiro.
No processo de implementação do CIVEJA, é desenvolvida a proposta do Curso de Atualização em Educação de Jovens e Adultos e Diversidade(s), junto a parceiros do Maciço de Baturité, representados pela Secretaria Estadual de Educação do Ceará, por meio do Crede-8, e Secretarias Municipais de Educação da região. O Curso foi concebido, planejado e organizado coletivamente com os parceiros locais a partir do levantamento de demandas, expectativas e de um diagnóstico rápido participativo sobre a formação dos professores e ofertado até outubro de 2014.
Atualmente, está em andamento a segunda versão do CIVEJA, aprovada em novo edital do Pibeac 2014-2015. O desafio do projeto de extensão, a ser executado até 2015, é oportunizar novos Circuitos, gerar produtos do Curso de Atualização em EJA e Diversidade(s) ofertado em 2014, a exemplo do Memorial Fotográfico e uma Exposição com registros sobre EJA no Maciço do Baturité.