Com a presença do professor Sérgio Guimarães, amigo e autor de livros com Paulo Freire, foi aberto, em 17 de julho, no Campus da Liberdade, em Redenção, o Círculo de Diálogos Interculturais, evento realizado pelo Centro de Referência em Educação de Jovens e Adultos e Cooperação Sul-Sul (ECOSS), da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afrobrasileira (Unilab).
Professores e pesquisadores de várias partes do Brasil estiveram na Unilab para dialogar com estudantes, professores e gestores da EJA do Maciço de Baturité. Numa mesa com o tema “EJA e Políticas Públicas: da retórica à ação”, os professores Maurilane Biccas (USP) e Paulo Mello (UEPG) apresentaram a trajetória da Educação no Brasil, com destaque para modelos de alfabetização desenvolvidos por Lourenço Filho e Paulo Freire.
“É um momento de troca de ideias sobre o contexto do EJA no Maciço de Baturité”, disse Paulo Mello. Em sua fala, Mello lembrou os 50 anos da Ditadura Militar e a perseguição às cartilhas de alfabetização desenvolvidas pelo Movimento de Educação de Base (MEB).
Falando sobre a Educação no período da Primeira República (1888-1928), Maurilane Biccas lembrou que os escravos libertos não foram atendidos por uma política pública educacional. A professora ressaltou ainda a contribuição de Paulo Freire para que a desigualdade social seja vista como um dos fatores responsáveis pelo alto índice de analfabetismo no Brasil.
Educação como prática de liberdade
O momento mais esperado do primeiro dia de evento, a palestra “África Ensinando a Gente”, com o professor Sérgio Guimarães, foi na prática um grande diálogo sobre percepções do pesquisador e do público acerca do tema Educação. Logo no início, o educador desfez as filas de cadeiras da plateia e formou um grande círculo.
Deixando um microfone no centro da roda à disposição da plateia, Sérgio Guimarães instigou o público a participar da condução da discussão. A cada intervenção do público, uma história dos seus 18 anos de trabalho com Educação em Angola, Guiné Bissau e São Tomé e Príncipe.
“As crianças africanas são educadas em comunidade, no sentido da preocupação com o grupo. Porque sistema de Educação não é Ministério, é toda atividade organizada que faz com que as pessoas vão se formando”, disse o educador.
Sérgio falou ainda sobre lutas e processos de independência no continente africano.
A atividade foi realizada em parceria com Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), Programa ProDocência; Instituto de Ciências Exatas e da Natureza (ICEN) e Instituto de Humanidades e Letras (IHL) e apoiada pelas Pro-Reitorias de Graduação e Pós-Graduação.
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